Na manhã desta terça-feira (15), um adolescente de 17 anos foi apreendido em Criciúma durante uma operação nacional deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A ação, batizada de Operação Adolescência Segura, tem como objetivo desarticular uma das maiores organizações criminosas do país envolvidas em crimes cibernéticos com aliciamento de crianças e adolescentes.
A operação foi conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), com apoio de diversas polícias civis dos estados de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul.
O Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria Nacional de Segurança Pública também participou da força-tarefa.
O início das investigações
O ponto de partida para a investigação foi a divulgação de um vídeo transmitido ao vivo nas redes sociais, em que um adolescente ataca cruelmente um morador de rua utilizando um coquetel molotov. A vítima dormia quando foi atingida e teve 70% do corpo queimado. O caso chocou o país.
Após o ataque, a Polícia Civil do RJ começou a monitorar os ambientes virtuais utilizados pelo autor. As autoridades descobriram que ele fazia parte de um grupo organizado, que incentivava crimes graves pela internet — como apologia ao nazismo, instigação ao suicídio, maus-tratos a animais e até a divulgação de pornografia infantil.
Organização criminosa atuava em escala nacional
Segundo a polícia, o grupo operava em servidores e plataformas digitais com grande alcance, utilizando manipulação psicológica para aliciar crianças e adolescentes.
Eles criavam comunidades virtuais voltadas ao ódio e ao crime, atuando de maneira disfarçada e estratégica.
As provas colhidas demonstraram que o caso não era um ato isolado. A estrutura da organização criminosa era tão complexa que duas agências internacionais dos Estados Unidos também colaboraram com o envio de relatórios sobre as atividades do grupo, reforçando o trabalho da Polícia Civil brasileira.
Prisões e apreensões
Ao todo, dois homens foram presos e três adolescentes apreendidos durante a operação. Um deles em Criciúma, onde a Polícia Civil de Santa Catarina deu apoio ao cumprimento do mandado de apreensão.
A operação segue em andamento e novas ações não estão descartadas.